quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Trabalho Reflexivo: A Revolução dos Telemóveis


Este texto sobre o qual é feita uma análise do uso do telemóvel e da sua influência em termos sociais, é sem dúvida um bom exemplo, de como as pessoas vivem cada vez mais as suas relações sociais num mundo virtual, e sobre a forma como os objectos que foram inventados para servir as pessoas, acabam por tornar algumas servas destes mesmos objectos.

Por vezes não entendo certos comportamentos sociais dos nossos dias, como por exemplo, o vício de algumas pessoas, que estão constantemente a escrever mensagens como se não houvesse amanhã e de que forma isto se sobrepôs á própria consciência do indivíduo que por alguns instantes fica como isolado do mundo real. Pois não é a primeira vez, que me deparo com pessoas que perdem a noção de onde estão e do que estão a fazer, para poderem ler e responder a uma mensagem. Estas situações acontecem tanto em ambientes mais formais, nomeadamente em actividades profissionais em que o uso do telemóvel não está relacionado, como em locais em que se deveria fazer um uso limitado deste tipo de aparelhos, por poderem interferir com outros dispositivos electrónicos, perturbar actos solenes, culturais ou interromper acções educativas e informativas, sem se importarem com as consequências e o facto de importunarem outras pessoas. Também tenho alguns exemplos mais pessoais dentro do meu círculo de pessoas amigas, que já me contaram coisas como estarem às duas e três da manhã, já na cama e adormecerem a ler ou a enviar mensagens. Já cheguei a ver teclados onde as teclas estavam apagadas por estarem tão desgastadas devido ao uso por envio de mensagens. Dentro dos comportamentos menos próprios da utilização do telemóvel, estão como já vi num documentário, as mentiras a que muita gente recorre quando não quer falar com uma determinada pessoa que os está a tentar contactar, sendo as desculpas mais habituais, não tinha rede, não tinha bateria ou não tinha o telemóvel comigo. Neste parágrafo, resta-me mencionar os perigos potenciais para a saúde, de quem passa muito tempo exposto ás ondas destes aparelhos, existindo estudos científicos que demonstram a origem de tumores relacionados com o uso do telemóvel. 
  
No contexto de uma utilização das novas formas de escrita abreviada em mensagens a minha experiência é bastante pobre, pois apenas dou uso ao telemóvel em situações muito pontuais e nunca o uso de forma supérflua, por ter encarado este objecto como uma forma de comunicação a utilizar de maneira muito comedida, porque os tarifários para mim sempre foram caros ou quando mais económicos tinham a desvantagem de terem carregamentos obrigatórios. Como eu nunca aceitei que me impusessem formas de consumos obrigatórios, fui felizmente obrigado a fazer um uso muito racional do telemóvel.

Neste momento disponho de um tarifário barato e sem carregamentos obrigatórios, mas continuo a utilizar o telemóvel só para situações em que a organização da minha vida dele dependa ou em caso de imprevistos e adquiri o hábito de andar sempre com ele para que a minha família me possa contactar em qualquer momento.

Raramente me servi desta forma de comunicação para brincadeiras ou contactos desnecessários, não costumo enviar mensagens e apenas o faço no Natal, passagens de ano ou situações similares. O meu primeiro telemóvel foi-me oferecido por um familiar, porque este se encontrava desactualizado e a bateria estava fraca. A forma como eu comecei a utilizar o telemóvel, permitia que a bateria só precisasse de carga de duas em duas semanas e durante os dois anos que ele durou, gastei uns setenta e cinco euros (quinze contos naquele tempo) em chamadas. Nesse tempo, só ligava o telemóvel quando telefonava para casa para perguntar se estava tudo bem e voltava a desligar o telemóvel.

Este telemóvel era um SAGEM com o qual se podia enviar mensagens, efectuar e receber chamadas e que dispunha de agenda, despertador e calendário. 
O modelo de que disponho agora é um Sony Ericson V600i e teve um custo de aquisição á três anos, de cento e cinquenta e nove euros. Este está equipado com câmara fotográfica e de vídeo, leitor de MP3, rádio, tecnologia 3G, Internet, agenda, lanterna, jogos, softwer de edição de música e fotografia, ligação Via Bluthoot e IRDA, sincronização com PC- impressoras HP - fuso horário mundial, calculadora e sistema de envio de SOS através da luz da lanterna. Talvez me tenha esquecido de alguma função, mas uma coisa é certa, eu não uso nem metade destas funções.

Admitindo que neste momento o telemóvel seja um bem de primeira importância no meu dia-a-dia, pelo facto de me ter habituado a ter este meio de comunicação sempre a mão, também reconheço que a evolução tecnológica o tornou cada vez mais útil e versátil, ao ponto de que se não o tiver comigo e operacional, fico com uma sensação de vazio e uma ligeira angústia produz-se cada vez que apalpo os bolsos, ou me recordo desse facto. Isto leva-me a fazer-me a pergunta; como é que seria a minha vida, mas principalmente a da grande maioria dos jovens e alguns menos jovens que fizeram dos SMSs a sua principal forma de comunicação, se de repente um vírus informático destruísse esta rede de comunicação? Isto seria certamente uma das crises que marcaria o mundo para sempre, e atrevo-me a pensar que seria muito provável assistirmos ao surgimento de patologias psicológicas relacionadas com a falta desta forma de comunicação instantânea e constante.

Existem telemóveis para todos os gostos, necessidades e com preços que vão dos 10€ até a casa dos 1000€. A sua utilização depende muito das posses das pessoas, da sua idade, do seu grau de formação ou das suas necessidades profissionais.      
                         
Para concluir esta reflexão, poderei afirmar que o telemóvel é uma grande ferramenta de comunicação e interactividade em termos de relacionamentos sócias, mas a dependência do mesmo, quer as pessoas o admitam ou não, acabou por nos retirar alguma liberdade e fez-nos esquecer que ouve um tempo em que também se existia e vivia sem ele.

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